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Postado por: Luis Calderari em 05/08/2021

Copom eleva taxa Selic para 5,25% e indica aumento na próxima reunião


O Copom do Banco Central (BC), em Brasília, decidiu nesta quarta (4) elevar a taxa básica de juros, a Selic, em 1 ponto porcentual, para 5,25% ao ano. A justificativa do comitê para determinar o aumento foi conter a alta da inflação. Os diretores do BC avisaram ainda que está previsto novo aumento de 1 p.p para a próxima reunião.

Nesta quarta a decisão final do BC, tomada por unanimidade, era aguardada pelo mercado. Foi o quarto aumento consecutivo da Selic. Na decisão anterior de Junho, a taxa subiu 0,75 ponto porcentual, para 4,25% ao ano.

Com o avanço inflacionário registrado nos últimos meses, a previsão das instituições financeiras era de que a Selic anunciada em agosto subisse em um patamar maior. O último boletim Focus, pesquisa divulgada toda semana pelo BC, já projeta para o final de 2021 taxa de 7% ao ano.

A decisão de hoje representou o maior avanço numa reunião do comitê do BC desde a elevação da Selic de 25,5% para 26,5% em fevereiro de 2003. O aumento anunciado nesta quarta leva também a taxa ao maior patamar desde outubro de 2019.

Piora no cenário de inflação: Selic vai subir mais, diz BC

Ao aumentar o ritmo de ciclo de alta da Selic, o Copom disse hoje que pretende manter o pé no acelerador. Sinalizou, no comunicado, que os juros vão subir ainda mais. “Neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado um ciclo de elevação da taxa de juros para patamar acima do neutro”, argumenta.

A próxima reunião deve elevar a Selic em mais 1 p.p. O Comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude. O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária”, reforçam os diretores do BC.

“No cenário externo, a evolução da variante Delta da Covid-19 adiciona risco à recuperação da economia global. O Comitê avalia que, a despeito dos movimentos recentes nas curvas de juros, ainda há risco relevante de aumento da inflação nas economias centrais”, complementa o documento do Copom.

No último encontro, em junho, os diretores do Banco Central previam subir os juros em apenas 0,75 p.p.. A alta da inflação, porém, mudou a abordagem do comitê. “Esse ajuste também reflete a percepção do comitê de que a piora recente em componentes inerciais dos índices de preços, em meio à reabertura do setor de serviços, poderia provocar uma deterioração adicional das expectativas de inflação”, diz o comunicado desta quarta.

“O ajuste no juro reflete percepção de piora recente em componentes inerciais de preços”, acrescenta o comunicado. “O cenário prospectivo contempla recuperação robusta do crescimento no segundo semestre”, pondera o comitê.

(Com informações da Agência Brasil e Estadão Conteúdo)

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